terça-feira, 11 de março de 2014

Chamadas perdidas



Dedicado a Enderson Pavani

Antes, era você quem ligava durante as madrugadas,
Dizia que precisava de mim,
Que sentia minha falta,
Mas hoje, percebo que você precisava de alguém para te ajudar.

Ajuda essa que foi acabando comigo aos poucos,
Você tinha de me deixar no prejuízo,
Minha noção só voltou agora,
Pois só agora vejo quem você realmente é,
Justo agora que sou eu quem precisa de você,
Justo agora que sou em quem liga pra você,
Ninguém me atende,
Sou ignorado,
Sou calado,
Eu, até então "namorado",
Acabo me tornando pelas suas próprias palavras,
Agora, só parte do seu passado.

Como consegue deitar sua cabeça no travesseiro,
Com a hipocrisia de querer dormir e sonhar,
Sem se sentir repugnado de si mesmo,
E ainda ter a indecência de dizer que sabe o que é amar?

E agora depois de conseguir tudo com minha ajuda,
De dar as costas pra quem te amou e que te ajudou,
Me agradece tendo a grotesca atitude de me abandonar,
Como se fosse um objeto no qual já não lhe agrada mais.

Primeiro, o destino me excluiu de sua rotina,
E aí você nem fez muita questão pra tentar evitar isso,
Pelo menos não como eu queria, como devia;
E nem como você mesmo prometia.

Segundo, você me excluiu dos seus planos,
Eu te tinha em todos os meus,
Cada segundo do meu futuro esperava me encontrar do seu lado,
Pensei em contar com suposto amor que você dizia jurar,
Mas você pelo visto nunca teve comigo,
E tão pouco acreditou no que poderíamos ser.

Terceiro, você me excluiu do seu futuro,
Não sei se participarei dele como pensei,
O que sei é que tudo ruiu,
O suposto amor que duraria décadas e décadas,
Agora não passa de uma história incompleta e triste.

Quarto, você me excluiu de sua rede social,
Foi em uma que nos conhecemos,
Foi nessa que nos reencontramos,
E foi nessa que nos despedimos,
E foi na  vida que nos perdemos.

Quinto, você já não atende mais minhas ligações,
O telefone toca,
Pela linha eu espero ouvir sua voz,
Ainda espero uma ligação sua,
O telefone ainda permanece mudo,
E o que mais me machuca é a hipótese de que talvez ele nunca toque.

No cansaço do meu ser, 
Já decepcionado com suas atitudes e o rumo que deixamos levar essa relação que já nasceu morta,
E no entardecer da noite,
As chamadas param,
As portas começam a ficar fechadas,
E já não sei como e onde você deve estar.

Eu começo a desistir,
Assim como você desistiu,
E nasce um ódio pela sua ingratidão,
Que devora a imensidão desse amor que ainda lamento em sentir,
Mas ainda me resta a frustrada esperança,
De um dia talvez você voltar atrás,
De talvez conseguir entender,
Se arrepender,
E um dia você me reamar,
Um dia por acaso,
Resolvermos voltar.



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