Passado amoroso, Futuro penoso

Dedicado à E.P

Me dói pensar que nada é como antes,

Que já não existe "nós",

Agora sou eu daqui,

E você daí,

Já viajando à procura de conhecer outro
Que só apareceu quando tudo se perdeu,

Um estranho.

Devia ter me ouvido mais,

Eu devia ter me escutado quando comecei a te conhecer de verdade,

Você sempre gostou do que é fácil e te convém,

Onde estava com a cabeça quando pensei que podia ser diferente?

Numa sexta feira nos reencontramos,

Numa sexta nos despediremos,
Não literalmente,

Não olhando nos olhos,

Ou ouvindo o que tinha de ser dito;

Sairemos da vida um do outro sem volta,

Até porque não é só você que nega amor agora.

Eu seguirei minha vida,

Tentando consertar o que você estragou nela,

Enquanto você ficará estragando outras vidas,

De outros pobres românticos.

Assim como você cansou de me amar,

Eu também saberei parar de me machucar,

Até porque não sei se terei estomago pra olhar na sua cara,

Mas sei que terei ódio o suficiente para evitá-lo.

Você diz que o futuro é incerto,

Que tudo talvez não saia como planeje,

Porém, eu te conheço o suficiente pra saber que você é maleável o suficiente para aceitar sem lutar,
Você só aceita o que lhe convém,
O que não te canse ou desagrade de algum modo,

Você só desafia quem não devia,

Você não sabe retribuir,

Você não sabe o que é amar,

Você que é doente,

E não duvido que use seus método pra brincar com o tempo,

Assim como brinca com as pessoas.

Caso seu novo caso dê certo,

Já te peço,

Não se esqueça de mim,

Pois se já não posso te amar como homem,

Tentarei um dia te amar como amigo,

Mas não agora,

Um dia,

Só não me pergunte quando.

Já passamos tantas coisas juntos,

Vivemos em uma intensidade tão grande,

Que já não somos capazes de viver sem noticias,

Sem saber como aquele que amamos no passado está,

E com quem está

E onde está.

Agora, se não der certo entre você e esse "outro",
Não minto,
Acharei pouco,
E não perderei a oportunidade de pisar,
E poder encher a boca ao dizer:
Ainda tem animo pra tentar,
Não se envergonhar de se encontrar onde está?

E até lá sei que já terei me conformado,

Transformado esse amor  mutilado,

Em mero carinho pelo que fomos,

E mero ódio pelo que não seremos,

E enquanto tudo acontece,

Cuidarei de mim,

Tentarei voltar a ser quem eu era ser quando você me reencontrou,

Quando começamos a nos estragar,

Quando tivemos o azar de nos apaixonar.

E assim deixarei,

Agora terminados,

Você foi abrir  mão de mim,

Não se importando se para mim fosse ser fácil me readaptar,

Não sei se um dia você se arrependerá,

Talvez um dia você desejará voltar,

Mas até lá,

Será meu coração que irá mudar.

Então, não sei o que pensar,

Não sei se te agradeço,

Ou se te desprezo,

Mas sei que você jogou muitos sonhos fora,

Muitas chances fora,

Muito amor fora,

Você escolheu isso,

Você não merecia isso,

Era muito amor,

Pra pouca sinceridade.

Fácil pra você,

Penoso pra mim,

Você gosta assim,

Já não há amor sem fim,

Mas mágoa sim.

Não sei até quando levarei essa mágoa,

Tudo dependerá das consequências,

Das sequelas,

Das marcas e feridas,

Mas mesmo que nem todas se curem ou fechem,

Eu me levantarei,

Mas não sei se por você voltarei a passar,

Não sei se daqui um tempo vou me interessar no seu bem estar.

Me fecharei,

Mudarei meus hábitos,

Graças a você não irei mais esperar nada do amor,

Pois descobri que ele é uma lenda,

Ou está em extinção, 

Ou que já não posso esperar ninguém,

Muito menos de você,

Pois já tivemos duas chances,

Porque tentarei a terceira?

Você não merece tanto,

Pois não fez por merecer.

Vou me recuperar,

Vou me reerguer,

Vou tentar,

Vou lutar,

Vou voltar,

...Pra minha vida,

Aquela que eu tinha antes de você tentar estragar,

Se pensa que conseguiu,

É melhor refazer seus planos,

Pois a mim você não pode derrubar,

Para conseguir,

Tente me enforcar quando tiver a chace novamente,
Quem sabe?

Mas não serão sequelas que vão me parar.

Pode ser que não ouve vencedor nessa luta,

Mas sinto te informar,

Quem mais perdeu não fui eu...

Foi você,
Talvez você não saiba do tamanho do prejuízo agora,
Mas um dia você irá notar,
O quanto errou ao me abandonar.

Eu não acredito

Dedicado a E.P

Onde viemos parar,

O que iremos nos tornar,

Quando você irá parar,

O que quis quando disse que queria terminar?

Eu pensei que você me testaria,

E daí, em alguma hora desistiria,

Não seria capaz de ser tão rude,

De pensar que o silencio seria a melhor solução,

Pensei que seria mais humano.

Eu acreditava que tudo estava bem,

Mas o rompimento  foi mais cedo do que quando você quis,

Tudo está voltando pro lugar (eu acho),

Como se tudo o que vivemos fosse uma triste ilusão,

Um sonho maluco de um amor bandido,

No qual o coração criou,

Devido à saudade que ainda sentia

Daquele rapaz de dezenove.

Enquanto você dorme,

Eu escrevo,

Relembrando meu desgosto apaixonado que ainda perece,

Enquanto você tudo apaga,

Tudo finge esquecer,

Como se pudesse romper lembranças com aquele que enfim te fez mudar.

Aquele mesmo que embora tenha tido várias quedas,

Continuou a te ajudar,

Insistindo em te ajudar,

Disposto a continuar te amar,

E te tentar te livrar dos seus próprios maus,

No qual procurava com suas próprias mãos.

É triste saber que nesta última queda,

Não consegui me levantar,

E que ao invés da mão me estender,

Você por fim, 

As costas foi me virar,

E desse amor você decidiu se enjoar ou desperdiçar,

Pois pra você seria mais fácil.

Enfim,

Pensaria que por mim,

Você faria mais esforço,

Mas o desfecho que essa história teve,

Não se parece nada coma que sonhei,

Mas ficou bem parecida com a que evitei,

Ou tentei.

Então, por mais que possa te magoar,

Já não dá para acreditar,

Que você sentiu algo por mim,

Não assim,

Devido à forma que me trata hoje,

Por esse homem que se mostra hoje,

Do jeito que se conformou,

Da satisfação da história assim deixar ficar,

Já não acredito.

Chamadas perdidas

Dedicado a Enderson Pavani

Antes, era você quem ligava durante as madrugadas,

Dizia que precisava de mim,

Que sentia minha falta,

Mas hoje, percebo que você precisava de alguém para te ajudar.

Ajuda essa que foi acabando comigo aos poucos,

Você tinha de me deixar no prejuízo,

Minha noção só voltou agora,

Pois só agora vejo quem você realmente é,

Justo agora que sou eu quem precisa de você,

Justo agora que sou em quem liga pra você,

Ninguém me atende,

Sou ignorado,

Sou calado,

Eu, até então "namorado",

Acabo me tornando pelas suas próprias palavras,

Agora, só parte do seu passado.

Como consegue deitar sua cabeça no travesseiro,

Com a hipocrisia de querer dormir e sonhar,

Sem se sentir repugnado de si mesmo,

E ainda ter a indecência de dizer que sabe o que é amar?

E agora depois de conseguir tudo com minha ajuda,

De dar as costas pra quem te amou e que te ajudou,

Me agradece tendo a grotesca atitude de me abandonar,

Como se fosse um objeto no qual já não lhe agrada mais.

Primeiro, o destino me excluiu de sua rotina,

E aí você nem fez muita questão pra tentar evitar isso,

Pelo menos não como eu queria, como devia;

E nem como você mesmo prometia.

Segundo, você me excluiu dos seus planos,

Eu te tinha em todos os meus,

Cada segundo do meu futuro esperava me encontrar do seu lado,

Pensei em contar com suposto amor que você dizia jurar,

Mas você pelo visto nunca teve comigo,

E tão pouco acreditou no que poderíamos ser.

Terceiro, você me excluiu do seu futuro,

Não sei se participarei dele como pensei,

O que sei é que tudo ruiu,

O suposto amor que duraria décadas e décadas,

Agora não passa de uma história incompleta e triste.

Quarto, você me excluiu de sua rede social,

Foi em uma que nos conhecemos,

Foi nessa que nos reencontramos,

E foi nessa que nos despedimos,

E foi na  vida que nos perdemos.

Quinto, você já não atende mais minhas ligações,

O telefone toca,

Pela linha eu espero ouvir sua voz,

Ainda espero uma ligação sua,

O telefone ainda permanece mudo,

E o que mais me machuca é a hipótese de que talvez ele nunca toque.

No cansaço do meu ser, 

Já decepcionado com suas atitudes e o rumo que deixamos levar essa relação que já nasceu morta,

E no entardecer da noite,

As chamadas param,

As portas começam a ficar fechadas,

E já não sei como e onde você deve estar.

Eu começo a desistir,

Assim como você desistiu,

E nasce um ódio pela sua ingratidão,

Que devora a imensidão desse amor que ainda lamento em sentir,

Mas ainda me resta a frustrada esperança,

De um dia talvez você voltar atrás,

De talvez conseguir entender,

Se arrepender,

E um dia você me reamar,

Um dia por acaso,

Resolvermos voltar.

Libertado, Libertino

Dedicado a E.P

Enquanto fico trancado em casa por ter cometido um erro,

Por ter acidentado,

Trocado minha sanidade por sua falta de lealdade,

Aí está você,

Andando por lugares por onde não sei onde ir,

Conhecendo gente que não convém,

E mal lembrando que existo.

Você nem metade do que tentaria se fosse eu, o libertado,

Como trocássemos de papéis nessa história que pelo visto já teve seu fim,

Você pode que tenha se tornado enfim um príncipe agora,

Mas do que adianta?

Você me despreza sei lá por qual motivo,

sei lá por quanto tempo,

Quando não aguento,

E vou atrás,

Pergunto o porque age dessa forma,

Depois de tudo o que fomos,

De tudo que fizemos,

De tudo o que vivemos,

De tudo o que passamos.

Ontem, você chorava pedindo pra ficar,

Pra tentar mudar esse rumo inevitável,

Hoje, com um tom medíocre diz que tudo o que fiz foi porque quis,

E que sé estou sofrendo alguma consequência, 

Foi porque procurei,

Talvez, essa consequência foi ter te reencontrado,

Tentado e novamente me apaixonado.

E é nessas horas que eu queria te lembrar de tudo o que me dizia até um mês e meio atrás;

Das promessas de espera,

Das juras de amor e fidelidade,

Dos planos de uma futura felicidade,

Do que seríamos felizes quando essa fase passasse,

E do quanto eu fazia falta na sua vida, nos seus dias, na sua rotina.

Pelo visto era tudo momentâneo,

Ou pior, era cena.

O rapaz que me envolvi, que amei,

Não passava de alguém que não sabe diferenciar os sentimentos,

Pois talvez nunca sentiu o que deveria pra saber o que era verdadeiro ou não,

Ou então só era um bom ator,

Um personagem bem elaborado.

Um ladrão,

Que rouba corações,

Dias e sentimentos,

E depois vai saindo dolorosamente devagar da minha vida.

E mesmo sabendo das minhas dores sentimentais, físicas e espirituais,

Você nem liga pra como estou,

Não todos os dias pelo menos,

E acho que um dia você já nem lembrará,

E eu antes,

Ainda te colocava como minha prioridade,

Estando acima até de mim mesmo,

E olha onde chegamos...

Ou melhor, Onde você chegou.

Só espero que Deus um dia perceba o quanto estragou,

E pouco que se importou,

E dê seu devido castigo,

Pois se o mundo realmente for justo,

Pode esperar,

Pois tudo o que vai,

Volta.