Dedicado á Gabriel Melani.
Na sacada,
O vento bate todas manhãs em meu rosto,
Pois só assim me sinto perto de você,
Olhando o prédio onde sei que você está,
Pena que eu lá não posso entrar,
Pois prefiro evitar tem ver e não ter o que falar.
Tenho uma angústia me consome todos os dias,
Por infinitas vezes ao dia,
Essa angústia é a falta de você.
Nada depende mais de mim,
Sendo assim,
Tento evitar agora tudo o que me faça lembrar,
Seja das suas fotos,
Do seu olhar,
Que me pego tentando imaginar,
Da sua voz que tento escutar;
Daí me nego a acreditar,
Que um dia tudo pode mudar,
E assim fico a me contentar com nossa distância.
Distância essa,
Que não é meramente física,
Pois eu não vivo tão longe de você,
E não me custa nada tentar te encontrar,
E finalmente parar de imaginar,
E começar a te conhecer de perto.
E poder te peguntar o por quê de fazer isso comigo,
O por quê não pode tentar?
Será tão difícil guardar um domingo,
E tentar fazer de mim mais do que um amigo?
Dizer o que penso desse seu jeito difícil,
E mostrar que tudo pode ser fácil,
Pois quero tentar,
E poder te mostrar que não vou brincar com aquilo que tento valorizar.
Mas não quero que pense algo que não sou,
Nem que diga que estou forçando algo que não pode existir,
Pelo menos de sua parte;
E eu mesmo rebatendo,
Me explicando e me expondo,
Ainda sim, sei que você me daria as costas.
Então tentarei não te procurar,
Tentarei não obssecar,
E quando enfim se um dia quiser tentar ao menos tentar conversar,
Não negarei,
Venha me procurar,
Não custa...
Só não garanto que sozinho vou estar.